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28 de jun. de 2011

Arcebispo recebe o Pallium em Roma


Eis o texto que o próprio Arcebispo de Pelotas, Dom Jacinto, enviou-nos:

O PÁLIO DO ARCEBISPO


Encontro-me em Roma, Itália, preparando-me para a Entrega do Pálio (Pallium, em Latim) por parte do Papa Bento XVI, na Celebração Eucarística presidida por ele, que terá lugar na Basílica de São Pedro, no dia 29 de junho próximo, dia da Solenidade de São Pedro e São Paulo. Estarão comigo nesta ocasião significativa representantes da família, da Arquidiocese de Pelotas, da Universidade Católica de Pelotas e da sociedade civil, presença pela qual agradeço de coração.

O que é o pálio que receberei? Ele é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta: quatro no colarinho e uma em cada um dos apêndices. E confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma. Para fazer os pálios, elas utilizam a lã dos dois cordeiros que são ofertados ao Papa anualmente, no dia 21 de janeiro, pois neste dia, celebra-se a Solenidade de Santa Inês, jovem mártir cristã dos primeiros séculos. Uma vez confeccionados, os pálios são abençoados pelo Papa, guardados numa arca junto ao túmulo do Apóstolo São Pedro, o primeiro pontífice, e entregues pelo próprio Papa, no dia 29 de junho de cada ano, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, aos Arcebispos nomeados após a celebração do ano anterior. O uso do pálio, que nos primeiros séculos do cristianismo era exclusivo dos papas, passou a ser usado pelos Metropolitas a partir do século VI, tradição que vigora até os nossos dias.
Qual o significado do pálio usado pelo Arcebispo? Para entendê-lo, é importante ter presente que a Igreja Católica está organizada pelo mundo afora em províncias eclesiásticas. Cada uma é formada por algumas dioceses (não há número determinado) e uma arquidiocese. À frente dela está o Metropolita, que é o Arcebispo da diocese sede. As palavras “arqui” e “arce”, colocadas junto às palavras diocese e bispo, vem da língua grega, que significam “a primeira”, “o primeiro”. Assim, a Arquidiocese e o Arcebispo são “a primeira” e “o primeiro”, não em linha de importância, mas para serem aquela e aquele que devem estar à serviço e promoção da comunhão. Após a sua nomeação de Arcebispo, deve o Metropolita pedir ao Bispo de Roma, o Papa, o pálio, símbolo de seu “poder” (o serviço e promoção da comunhão) na própria Província Eclesiástica e de sua comunhão com a Sé Apostólica. Uma vez recebido o mesmo, usa-o unicamente dentro das funções litúrgicas, sobre os paramentos pontificais, dentro da Província a que preside, e unicamente nela.

É bom registrar aqui uma palavra final, mostrando a visão do próprio Papa Bento XVI sobre o pálio, pronunciada na homilia que ele fez, no dia 29 de junho de 2005, ao entregar o pálio aos Arcebispos daquele ano: “Estais para receber o pálio das mãos do Sucessor de Pedro. Fizemo-lo abençoar, como pelo próprio Pedro, pondo-o ao lado do seu tumulo. Agora ele é expressão de nossa responsabilidade comum diante do ‘supremo pastor’, Jesus Cristo, da qual fala Pedro na sua Primeira Carta. O pálio é a expressão da nossa missão apostólica. E expressão da nossa comunhão, que no ministério petrino tem a sua garantia visível”.

Ajudem-me a ser digno do pálio que estou recebendo das mãos do Papa Bento XVI e a usá-lo com toda a consciência do seu significado.

Dom Jacinto Bergmann,

Arcebispo Metropolitano de Pelotas.


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